República da Bola - Para quem só pensa naquilo

Europa em Fúria!
por Marcelo Sabtudhovic

Depois de um mês de jogos europeus, a UEFA Euro 2008 infelizmente chega ao fim e faz com que cada viciado no futebol do velho continente se sinta como um aposentado, sem ter o que fazer em suas tardes. Ao final de mais esta edição do campeonato europeu, outra “surpresa” levantou a taça. Mas vamos dar uma pequena volta no que foi realmente relevante no torneio.

É impossível não abrir este parágrafo sem comentar a Turquia. A equipe, mesmo que tenha usado e abusado da sorte nos jogos em que venceu, foi a equipe mais perseverante e empenhada do torneio, com folgas. Portugal, mais uma vez, decepcionou e ficou pelo caminho. Acho também indispensável comentar que o atacante Ivica Vastic da Áustria, por fazer um gol de pênalti contra a Polônia, foi premiado com um contrato vitalício de cerveja (isso é que é sorte!). Os croatas surpreenderam a todas as expectativas quando se classificaram em primeiro em seu grupo, mas não sobreviveram às borradas otomanas nas quartas-de-final. A Holanda, que apresentou de longe o futebol mais bonito do torneio, foi surpreendida pela mediana Rússia, que apostava todas as suas fichas em Andrei Arshavin. As maiores decepções quanto às eliminações na primeira fase ficaram, com certeza, por conta da Suécia (que perdeu a vaga na última rodada para a “Russiavin”) e França (que já deve estar acostumada a fracassos, mesmo que sempre entre com bons status em todos os torneios).

Agora, vamos falar da grande final. Que me desculpe o companheiro glorioso de blog, mas a Alemanha jogou que nem o Botafogo em final, e isso é certeza! Os alemães, mesmo quando estavam em desvantagem no marcador, não conseguiam pressionar os espanhóis, que por sua vez novamente não fizeram uma grande partida contra uma seleção tradicional. A diferença foi que numa bobeira de Lahm e Lehmann, Fernando Torres mostrou toda a sua explosão e oportunismo e deixou os espanhóis em vantagem, enquanto os alemães quase não conseguiram assustar Casillas. Aliás, que me desculpe também Joachim Löw, mas as alterações que ele fez pareceram de criança: por que colocar três atacantes de área e desfazer o meio-campo? É válido lembrar que Schweinsteiger ainda jogava, e na seleção ele faz a função de ponta, logo a equipe estava armada em um 4-2-4. Depois de suas alterações, a equipe espanhola ganhou o meio-de-campo e ficou com a bola dominada praticamente o tempo todo. Enquanto isso, Podolski, Gómez e Kuranyi apenas assistiam ao jogo do campo de ataque. Enfim, ao meu ver, a Alemanha teve todos os méritos para ficar com o vice. E, claro, a Espanha para ser campeã!

Sobre os destaques da Euro, a minha aposta Rafael van der Vaart não fez “A” diferença como faz no Hamburg e teve um papel meramente tático no esquema de van Basten. O trófeu revelação, apesar da fraca atuação diante dos espanhóis na semi-final, vai para o Arshvin - que fez chover na primeira fase e levou à Rússia à classificação. Eu acho, sinceramente, que o maior destaque da Euro foi o goleiro espanhol Iker Casillas, que operou milagres a favor da Fúria. Mesmo que Xavi também tenha feito grandes partidas, o meia não fez nada que não superasse as expectativas nele depositadas. Já o Casillas catou tudo... O Ballack, por sua vez, agora tem de se conformar com o quarto vice só este ano (!).